sexta-feira, 29 de maio de 2009

Cuba

Um dos países que gostaria de visitar é sem dúvida alguma Cuba.

Porquê?

Pela paisagem magnífica, por ser um pedacinho de terra algo parado no tempo, por ter a melhor impressão das suas gentes, por me atrair de sobremaneira o modo como as suas gentes encaram a vida, também pela curiosidade de observar como vive um país num regime fechado e ditatorial e é hoje o único país do ocidente a deter um governo socialista.

Cuba foi a primeira região do Novo Mundo descoberta por Colombo, situada a norte do mar do Caribe tem uma história riquíssima, desde o domínio espanhol que acabou em 1898 com a ajuda dos EUA, que depois viriam a formar um governo militar na ilha, sendo finalmente erradicada da ilha a influência ianque em 1959 pelo Exército Rebelde, liderado por Fidel Castro. O país tem ainda uma grande história bélica com os EUA e episódios como a Baía dos Porcos ou a crise dos Mísseis, quando em plena Guerra Fria o Kremlin decidiu instalar em cuba mísseis nucleares bem apontados aos americanos.

Depois é claro quem não gostava de ficar a saber quais os segredos do rum cubano, dos charutos cubanos, visitar em Havana os clubes de salsa e Mambo, e ver as estradas onde circulam os belíssimos carros clássicos.

Se Havana vale mais pelas suas gentes, pela cidade em si, pelos sítios que há para beber e ouvir boa música, em suma para ter um contacto mais próximo com a cultura cubana, é em Varadero que se encontram as melhores praias e os melhores hotéis.

Em Havana visitar o Museu de História Natural, o Capitolio, o o Museo da Revolução e Pavilhão Granma, Plaza de la Revolución, visitar o night-club “La Zorra e lo Cuervo”, caminhar pela Malecon em Havana Velha, ver a Plaza de Armas, ver o Castilho da Real Fuerza, , , ir dançar boleros (ou pelo menos ver) no Pico Blanco e muitas mais coisas haveria para dizer e claro fazer. Há ainda a referir que Havana Vieja, o centro histórico da cidade, é considerado pela UNESCO como Património da Humanidade.

Em Varadero pode-se fazer mergulho, ski aquático e passeios de catamarã, no Grande Parque Nacional Península de Zapata toma-se conhecimento de uma fauna e flora de excepção, deve-se ir a Lagoa do Tesouro um pequeno paraíso ecológico, há também a visitar a Mansão Xarandu e visitar as pequenas cidades de Matanza e Cárdenas, ricas em tradições culturais.

Eis algumas razões e incentivos para eu e quem ler este artigo visitarmos Cuba.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bobby

Fui hoje à biblioteca da Mealhada procurar um filmezito para ver e depois de muito procurar na prateleira lá me deparei com um que me chamou mais a atenção, chamado Bobby.

O elenco é luxuoso: Sir Anthony Hopkins, Christian Slater, Demi Moore, Laurence Fishburne, Helen Hunt etc… e sal.

O filme está próximo de ser um filme puzzle, mas não o é.

A obra decorre durante a eleição de Robert Kennedy como candidato dos democratas para a presidência dos EUA, onde nos é mostrado através das personagens os conflitos sociais e culturais de uma América a viver a sua mais importante década, os anos 60. Poder-se-ia dizer que o país vivia uma crise existencial, com as questões raciais e o Vietname a “pedir” a definição do país.

A acção do filme passa-se quase inteiramente no hotel Ambassador, onde a vida de brancos, negros, mexicanos, casais, amantes, reformados, drogados, deprimidos, enfim toda uma sociedade moderna, se cruza senão directamente acabarão por se cruzar indirectamente.

A acção do filme vai desaguar no assassinato de Robert Kennedy por Sirhan Sirhan (O motivo para assassinar Kennedy seria em retaliação pelo apoio americano a Israel na Guerra dos Seis Dias em 1967).

Os discursos de Robert Kennedy remetem-nos para o actual presidente, Obama. Um discurso assente na esperança, na fraternidade e acima de tudo a apontar um caminho que deveria, e deve, ser seguido.

O filme mostra-nos aquilo que a América podia ter sido e acabou por não ser. Os republicanos por Nixon acabariam por vencer as eleições em 1968.

O final do filme é para ver, rever e voltar a ver.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Leonardo da Vinci

Finalizei a leitura da Biografia de Leonardo da Vinci.

Leonardo foi considerado o grande génio da Renascença e é ainda hoje tido por muitos como o homem mais brilhante de todos os tempos.

Não me debruçarei sobre a sua obra, nem sobre as histórias e lendas por trás dos quadros como a Mona Lisa, Última Ceia, Sant'Ana a Virgem e o Menino ou a Virgem dos Rochedos deixarei aqui o registo de algumas das suas mais brilhantes frases.

"Estudar as manifestações da Natureza é trabalho que agrada a Deus. É o mesmo que orar."

"A figura mais louvável é a que, por sua acção, melhor transmite as paixões da alma."

" Quem pouco pensa, muito erra." Adoro esta, os nossos politicos deveriam sabê-la de cor.

" A felicidade está na actividade."

" Não se volta se a meta é a estrela."

" O pintor deve abranger todas as coisas. Ó artista, que a variedade do teu trabalho seja infinita como os fenómenos da natureza."

" Quanto mais se conhece - mais se aprecia."

" Artista - a tua força está na solidão."

" Que o teu trabalho seja perfeito para que mesmo depois da tua morte, ele permaneça."

" Quem não estima a vida não a merece."

" O artista que não duvida, consegue pouco."

" A lei suprema da arte é a representação do belo."

" Seja universal, goste de todas as coisas - jamias despreze a diversidade infinita das coisas e das suas formas."

" O maior prazer está na contemplação."

" Menosprezar-me, não, pois não sou pobre. Pobre é aquele que tem apenas desejos materiais."

" Pintor: deve haver tal emoção na fisionomia das criaturas que pintas, que o teu quadro pareça, ao observador, capaz de fazer os mortos rir e chorar."

" Pouco conhecimento faz com que as criaturas se sintam orgulhosas, muito faz com que se sintam humildes."

" O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para amanhã."

" O julgamento de um inimigo, é frequentemente, mais verdadeiro e benéfico que o de um amigo. O ódio dos homens é quase sempre mais profundo que o amor."

" Tenha cuidado que o afã do lucro não permaneça sobre a honra da arte."

" Quero fazer milagres."

" Não há nada que mais nos engane que a nossa própria opinião."

" Tudo o que é belo morre no homem, mas não na arte."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os Filhos da Rua Arbat

Acabei à pouco de ler os Filhos da Rua Arbat, um livro obrigatório para quem quiser conhecer a vida e o poder na União Soviética nos anos 30, durante a industrialização intensiva da URSS.

O livro faz parte de uma trilogia sobre a implementação do terror na URSS por Estaline.

O livro mostra-nos a história de cidadões normais desde militares, a trabalhadores das fábricas e do Estado, até ao funcionamento da máquina do Partido nas mais altas esferas dando principal relevância ao comportamento de Estaline.

A história principal do livro é a de Sacha Pankratov, um jovem russo orgulhoso de fazer parte do Partido, que se vê em problemas primeiro por causa de um mural de um jornal da escola, depois por não ter denunciado um funcionário da escola por um comentário politico, sendo colocado no degredo por isso.

O livro mostra-nos as condições em que viviam os degredados na Sibéria, mostrando a injustiça do sistema comunista onde se podiam apanhar 20 anos de degredo ou até o fuzilamento por dizer mal da politica do Partido, apanhando-se penas de 2 e 3 anos por assassinios.

O livro está recheado de personagens tipo:

Sacha é um jovem cheio de valores, com grande paixão pelo Partido e por Estaline, que luta sempre por defender os mais fracos e que tem no seu tio Mark, um alto funcionário do Partido, um exemplo e inspiração.

Sofia Alieksandrovna a mãe de Sacha, sofre pê-lo degredo do filho que nunca sabe estar vivo e bem ou sequer onde se encontra. Sofia sofre não só pelo filho mas também para manter a sua casa, o marido abandono-a e não apoia sequer Sacha no degredo e sofre também a exclusão social a que os familiares dos degredados eram votados. Já tinha lido o livro de Maximo Gorki, A Mãe, e a verdade é que durante todas as revoluções são elas que mais sofrem com as desgraças em que caem os seus filhos, mas também conseguem sempre redescobrir-se a si próprias nestas alturas e lutar ao lado dos seus.

Varia a jovem rebelde e enamorada de Sacha, é uma jovem revoltada com a vida e que decide casar com um jogador de bilhar, Kostia, abandonando o seu lar e a sua irmão Nina. Vai viver para casa de Sofia com o seu marido, tornando-se o principal apoio de Sofia. Mais tarde separa-se de Kostia, entre brigas, dívidas e ameaças de morte, enamora-se por Sacha à distância e é Sofia que se torna o seu apoio.

Iura Charok é o oposto de Sacha na obra, é um jovem filho de alfaiate que quer subir na vida a todo o custo atropelando quem tiver de atropelar, inclusive amigos, rapaz sem principios éticos ou morais é sem surpresa que consegue subir dentro do sistema do Partido.

Muitas mais personagens haveria para discutir neste best seller, personagens essas que eram o retrato fiel da antiga União Soviética.


Ainda assim à que referir mais duas personagens politicas deste livro: Estaline e Kirov.


A descrição de Estaline e o seu modo de acção e pensamento estão fenomenais, Estaline tinha uma personalidade completamante arruinada por uma infância violenta e infeliz em Gori.


Era um homem para quem qualquer critica era uma oposição politica e uma tentativa de descredebilizá-lo, era manipulador e mesquinho e vivia em constante sobressalto porque sabia que não era a escolha de Lenine para o suceder à frente do Partido como fez crer a todos os russos.

O Georgiano não era dotado de grandes dotes oratórios como era Hitler, por exemplo, era sim um manipulador nato que conseguia mexer sempre os recursos disponíveis para conseguir os seus intentos, tanto através da burocracia como da violência.

Li o livro documental de Jonathan Fenby, A Aliança, e tinha ficado exatamente com esta mesma imagem de Estaline.

Estaline dizia quando tinha de tomar decisões dificeis: "Se morrerem milhões com a minha decisão não tem importância, a História dar-me-á razão".

Do outro lado do Partido aparece Kirov, o menino querido do Partido com uma personalidade completamente diferente de Estaline, amado na URSS e especialmente em Leninegrado, Kirov via o comunismo de uma perspectiva diferente de Estaline, via-o como Lenine via. Sim porque Estaline não via o comunismo como Lenine, ele usou a imagem de Lenine e deturpou a sua mensagem para justificar muitos dos seus actos.

Kirov era apontado como o sucessor natural de Estaline no poder.

Kirov acaba por morrer num atentado com contornos demasiado estranhos. No livro o atentado é planeado por Estaline para fjustificar a implementação na Russia da sua máquina de terror e repressão.

Na realidade desconfia-se que a morte de Kirov teria sido mesmo arquictetada por Estaline, como acontece no romance, pois com a morte de Kirov Estaline teve a justificação que tanto desejava para lançar a repressão e o terror na URSS, que sabia serem o único caminho para a sua perpetuação no poder.


Os Filhos da Rua Arbat foi o livro mais vendido na Russia durante a Perestroika.

A lenda de 1900

Venho escrever sobre um filme de Giuseppe Tornatore, o realizador de Cinema Paraiso, A lenda de 1900.

A história do filme é a de um menino abandonado num navio de cruzeiros pelos pais, que acaba por ser criado por um forneiro do navio.

1900, o nome da criança, cresce e torna-se adulto, demonstrando qualidades inatas para a música, mais propriamente o piano, passando toda a sua vida dentro do navio.

O filme é aconselhável apenas a pessoas que gostem muito de música.

O filme retrata a amizade entre 1900 e o trompetista da banda do navio, que anos mais tarde conta a história a todas as pessoas que se cruzam na sua vida.

O filme gira em torno da seguinte questão: será preferível viver dentro de um mundo finito onde as possibilidades se tornam infinitas, ou viver num mundo infinito com possibilidades finitas?

Quando 1900 está decidido a abandonar o navio, para conhecer o outro mundo, avista nas escadas do navio a cidade de Nova York o que o faz retroceder na sua intenção. Quando lhe perguntam porque voltou para trás, ele responde: "Vi onde começava a cidade, mas não vi onde acabava".

Mais tarde, quando o seu amigo o tenta convencer a abandonar o navio ele diz: "O que mais adoro é o meu piano, sei que tem exactamente 85 teclas (os mais recentes têm 88) das quais posso extrair infinito de músicas".

Se no início do filme ele nos diz: "Que se fodam os regulamentos!".

A meio do filme diz-nos:" Que se foda o Jazz!"

Deixo para quem ler esta critica, ou lá o que é isto, a interpretação destas frases e o seu sentido para o filme.

Há cenas BRUTAIS do filme como: 1900 a tocar piano na tempestade, o duelo com o rei do jazz e a bela perspectiva que Giuseppe Tornatore nos dá de um navio abandonado.

Foi dos filmes mais surpreendentes que vi ultimamente, com grandes interpretações de Tim Roth ( fez filmes como o Pulp Fiction, Cães Danados e Incrivel Hulk) e de Pruitt Taylor Vince.

Giuseppe Tornatore tem um modo muito especial de nos tocar e de criar cenas marcantes.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Uma desilusão chamada Sócrates

Ora vamos então falar um pouco de política.

Fui um grande apoiante de Sócrates nos seus 3 primeiros anos de governo e porquê?

Foi um primeiro ministro que fez o que outros não tiveram coragem de fazer, e ao contrário dos outros que lá passaram não governou para os votos.

Não importava o tamanho da manifestação, o ruído que se fazia, os berros e acusações de Louçãs e Jerónimos de Sousa, pela 1º vez neste país fizeram-se reformas a sério na função pública, na saúde, na energia, nas forças armadas, etc...

Concordei e concordo com todas elas, são dolorosas mas o país não podia nem pode continuar a gastar mais do que aquilo que tem e os meninos da função pública se não estão satisfeitos que vão para o privado que logo vêem como é que elas lhes mordem, sim porque eles fazem muitas manifestações, mas não vejo ninguém a demitir-se do público para passar para o privado. Porque será?

Na saúde havia hospitais, urgências e centros de saúde que serviam para atender 5 a 6 pessoas por dia.

Na energia, finalmente temos um plano que vai fazer com que Portugal corte na despesa externa cerca de 40% daqui a alguns anos, e ainda poderemos exportar mão de obra especializada, assim como componentes industriais.

Quanto ás forças armadas nem vale a pena falar.

Depois ouve ainda mais bom trabalho feito, o aeroporto de Alcochete que depois de muitas confusões lá vai avançar, a informatização dos serviços estatais, que vai reduzir em muito a burocracia no Estado e vamos ficar por aqui para já.

Depois ouve algumas medidas que não entendi: a avaliação dos professores, ainda não consegui fazer um julgamento se é boa ou má, e o facto de ainda não se ter começado a cobrar as Scuts, porque sou a favor do utilizador/pagador, uma pessoa que viva no interior e que não usufrua de uma auto-estrada não tem o dever de estar a pagá-la se não usufrui dela.

Depois temos coisas como o Magalhães, que poderia ser uma ideia genial e pioneira no mundo, mas à boa maneira portuguesa os responsáveis transformaram-na numa anedota.

Neste último ano de crise, quando precisávamos de um Sócrates forte e de um líder, eis que Sócrates começa a governar para as eleições, a tentativa de salvação de todas as empresas, viáveis ou não-viáveis. Se o salvamento do BPN foi uma boa solução para evitar o pânico, o caso BPP é outra anedota, 5 meses depois e com milhares de milhões já gastos no banco o governo diz-nos:"AINDA ESTAMOS A ESTUDAR A MELHOR SOLUÇÃO".

Depois há as grandes obras, e se já me manifestei a favor do novo aeroporto (quer queiram ou não o avião é o transporte do futuro), o TGV neste momento é impensável devido à desequilibrada balança comercial portuguesa, já agora quando é que se vai fazer alguma coisa com os nossos caminhos de ferro que podiam ser aproveitados para tantos fins, a nova ponte sobre o Tejo, é estar a dizer aos portugueses, mais uma vez, que Lisboa é que é a prioridade, e a nova auto-estrada Lisboa/Porto é mais do mesmo, continuamos a encher o país de alcatrão quando já temos cerca de 600 km(!!!!), de auto-estrada a mais neste cantinho aqui à beira do Atlântico.

Como diria Manuela Ferreira Leite: " As grandes obras são boas é para as economias do Leste e de África", mas alguém consegue refutar esta afirmação?

Gostaria de levantar outro problema que ainda ninguém levantou em relação ás obras públicas: todos sabemos que em Portugal há sempre derrapagens em relação aos orçamentos iniciais das obras, já imaginaram as derrapagens que haveriam com estas obras e os seus resultados para o país?

Entretanto temos o novo código penal que só serviu para libertar espaço e despesa nas cadeias portuguesas, o país está cada vez mais perigoso, ninguém faz nada quanto à emigração ilegal e continuam a dizer-nos que vivemos num país seguro. - MAS JULGAM QUE NEM OLHOS TEMOS?!

Entretanto a Portugal já chegaram líderes das máfias das favelas brasileiras e ninguém se preocupa minimamente com isto.

Uma reforma na justiça é urgente neste país e parece que só um partido se interessa por isso, o CDS. A justiça forte é o primeiro passo que se tem de tomar para pôr um travão na corrupção, na criminalidade, nas desigualdades sociais e para que o país se torne mais atrativo para grandes empresas estrangeiras.

Há também o desemprego a crescer e a economia a descer, mas isso faz parte da crise internacional e basta olhar aqui para Espanha para ver-mos que podia-mos estar pior e só não estamos porque nos primeiros 3 anos de governo o défice foi controlado e fizeram-se algumas reformas importantes para o país.

Por fim o PS ainda nos saca este candidato ás Europeias, Vital Moreira. É verdade que calaram a ala mais à esquerda do partido, alguém ouviu mais o poeta Manuel Alegre, pois é depois desta nomeação amansaram o homem. Mas sejamos justos, Vital Moreira é o que o PS tem para nos representar na Europa? Meu Deus.

O pior é que depois olho para os lados e o que acontece:

PSD- Ultimamente tenho gostado de ouvir falar Ferreira Leite, tem sido bastante ponderada e com os pés bem assentes na terra e quanto à sua honestidade nem vale a pena falar, o problema é que ela já esteve no governo e não tem coragem para fazer o que o país mais precisa, REFORMAS, basta ver o governo do Zé Manuel.

PNR- Cheira-me que vão crescer nas próximas legislativas.

BLOCO- Têm o condão de me irritar, são populistas até à medula e vão ser sempre um partido do contra, essa é a sua génese não há volta a dar. Já nem vale a pena mencionar as ideias Trotskistas do Louçã.

PCP- Palavras para quê, os camaradas têm as mesmas ideias hoje que tinham à 10, 20, 30 40... anos atrás.

Ora vejam lá o que me sobra...

CDS- O Paulinho das feiras, o defensor dos pensionistas, dos agricultores e não sei quem mais, mas também os únicos com vontade de fazer reformas a sério no país, a começar pela justiça.

Pois é infelizmente estamos votados a escolher entre o mau e o menos mau.

Havemos de nos aguentar como sempre nos aguentámos, pobres, felizes, resmungões, a viver acima das nossas possibilidades e a colocar sempre a culpa no governo.

Não temos pão, comemos brioches.

Autocarro 174

Vi há poucos dias um filme brasileiro o qual gostei bastante, decidindo assim escrever algumas linhas aqui.

O filme é o autocarro 174.

A história gira à volta de 2 meninos de uma favela do Rio de Janeiro. Um é tirado à mãe por um traficante a quem a mãe devia dinheiro, o outro tem a mãe assassinado quando criança.

A história destas duas crianças cruzam-se na sua juventude, onde nasce uma amizade e ao mesmo tempo uma rivalidade.

A história vai acabar no sequestro de um autocarro por parte de um deles.

Este sequestro é baseado na história verídica que em 2000 chocou o Brasil e que foi mais um despertar de consciência para os brasileiros, que não podem continuar a ignorar a tragédia social e criminal que se apodera de algumas das suas cidades.

O realizador Bruno Barreto, aproveita este acontecimento para mostrar a realidade crua da vida destes meninos de rua. Se por um lado a vida lhes prega muitas rasteiras, eles também muitas vezes preferem não aproveitar quando a mesma vida lhes dá a mão para os tirar do buraco.

Durante o filme pode-se ver a facilidade com que matam, roubam e se auto-destroem, e se por um lado conseguimos ter pena destes seres humanos que sangram como nós, por outro não conseguimos encontrar justificação para matarem por causa de uma simples carteira.

O filme além de me deixar a pensar na sorte que tive em nascer onde nasci e ter a família que tenho, também me trouxe o pensamento que se muitas vezes existem problemas sociais que justificam os actos de certas pessoas, outras vezes esses problemas sociais são apenas uma desculpa fácil para premir o gatilho.

sábado, 2 de maio de 2009

Como muitos que me conhecem sabem, um dos meus gostos é a música, em especial o rock.

Uma das minhas bandas favoritas são os Guns N' Roses, tanto os velhos Guns como os novos.

Tentarei fazer uma crítica ao tão esperado, criticado, odiado e adorado álbum dos Guns, Chinese Democracy.

Chinese Democracy é um álbum que vem mais no seguimento dos Illusions do que propriamente um novo Appetite for Destruction, ou seja, é a continuação da obra discográfica dos Guns n' Roses.

Axl Rose sempre disse que queria fazer um som novo e continuar a evolução da sonoridade da banda, aliás se assim não fosse provavelmente Slash e Duff ainda fariam parte dos Guns.

Devido a ser um álbum mais heterogéneo do que homogéneo, a variedade de estilos é muito grande dentro da obra, mantendo-se o hard rock como a base do som dos Guns. Por este facto, farei a critica das músicas individualmente.

1- Chinese Democracy- o single de estreia deste álbum, uma música rápida e com um riff cativante, a música foi muito bem trabalhado a nível de guitarras e é impossível ficar-se indiferente quando se ouve. O solo está muito bem composto e a linha de bateria muito energética, a fazer lembrar mais o Steven Adler do que o Matt Sorum, algo que se mantém durante todo o cd.
É uma música à Guns sem dúvida e onde só faz sentido ser cantada com a voz do Axl.

2- Schackler's Revenge-Outra música bem hard, embora se note claramente que há a preocupação de fazer algo diferente com o som. Os sintetizadores e overdubs são colocados bastante bem na música, o riff embora não tão cativante como na primeira música é bastante bom, assim como o refrão ser bastante pegajoso e poder resultar muito bem ao vivo.
Fica a nota, que para mim, esta música seria muito melhor trabalhada nas mãos dos antigos guns.

3- Better- Para mim a melhor música deste álbum, guitarras bem puxadas, solos muito bons, a voz do Axl perfeita, uma bateria a dar um ritmo bem heavy à música e uma série de indirectas na letra que podem ser entendidas de várias formas. Eis o refrão: "No one ever told me when /I was alone/They just thought I'd know better better"
Alguns versos: "Just use your head/ And in the end/ You'll find your inspiration/To choose your steps /And won't regret/ This kind of aggravation".
Por esta música valeu bem a espera.

4- Street of Dreams- Uma balada à Elton John, piano a abrir, uma letra que fala de sofrimento, uma guitarra bem melódica e a voz do Axl a dar um sentimento ainda maior à canção. Se puder comparar com outras músicas dos Guns, penso que a So Fine é a que mais se aproxima.
A letra provavelmente terá como inspiração o final da relação do Axl com a Stephanie Seymour.
Mais uma vez os old guns poderiam ter melhorado bastante a música, o Matt com a sua bateria mais pesada melhorava sempre as baladas, o baixo do Duff poderia dar uma interacção diferente com a introdução de piano.

5- If the World- Eis a música mais "estranha" destes Guns. Há quem adore esta música, há quem deteste, eu ainda não fiz o meu julgamento musical desta música.
Uma mistura de flamengo, com piano, com rock e com a voz esganiçada do Axl a exorciçar fantasmas. Fica a questão:"If the world would end today/And all the dreams we've had would all just drift away?".
Se o nosso mundo acaba-se como reagiríamos?
Esta música, provavelmente, seria uma grande desbunda com o Izzy e o Slash a tocar.

6- There Was a Time- Simplesmente não consigo descrever esta música, para mim é genial.
Mais uma vez seria uma música impensável de cômpor pela antiga formação-
A música está qualquer coisa de assombrosa, desde o inicio até ao belíssimo solo final(cada vez que ouço a introdução para este solo arrepio-me).
Ouçam.

7-Catcher N' The Rhye- Pois é, o livro que Mark Chapman leu antes de matar John Lennon. Curiosamente é também o livro que fascina Mel Gibson no filme a teoria da conspiração.
Esta música é adorada por muitos fãs, eu pessoalmente não sou grande fã desta música, embora seja bastante agradável de ouvir, no entanto perde-se num final que a banda quereria grandioso, mas que acaba por lhe retirar a sua beleza, pois o carácter simples desta música é o que mais me cativa.
Penso que seria uma música a que os antigos Guns dariam um toque de grandiosidade.

8 e 9 - Scraped e Rhiad N' the Bedouins - Faço a critica destas músicas juntas porque são as duas de rock industrial, e como não gosto de rock industrial não gosto das respectivas músicas. Embora admita que para os fãs do género, as músicas possam estar boas.
Ainda assim as letras estão muito boas e se a Scraped é sobre a determinação do Axl em fazer aquilo que quer, independentemente das opiniões contrárias, a Rhiad N' the Bedouins parece ser contra o Slash e os seus seguidores, ou poderá ser entendida como sendo contra todos os que tentaram meter abaixo Chinese Deomocracy, antes dele sair para o mercado.

10- Sorry- Grande música, uma balada à guns, grande solo, vozes muito bem colocadas, Sebastian Bach a cantar com o Axl e um sem número de farpas lançadas em todas as direcções. Adoro esta música e não há muito mais a dizer.

11- IRS - Grande malho de Hard Rock. É uma música à Guns.
Esta música resulta muito melhor ao vivo do que no álbum e só faz sentido ser ouvida se cantada pelo sr. Axl Rose.
Quem gosta de Hard Rock tem de ouvir esta, mas é exactamente por ser Hard Rock, que desconfio que seria ainda melhor, se feita pelos antigos Guns.

12- Madagascar- Mais uma música que parece desenhada para um daqueles épicos de Hollywood, tipo Breaveheart.
A música tem um começo estrandoso, muito bom mesmo, a junção entre as guitarras e o orgão está muito bem feita, tem vozes de filmes, discursos de Marin Luther King e um final muito bom, que apetece cantar a plenos pulmões.
No entanto, parece faltar algo a esta música que a tornaria num clássico, o quê? Não sei. Mas é essa a sensação que tenho. Não consigo a entender se a música sofre por ter tido uma pós-produção muito grande, ou se por ter tido uma pós-produção muito pequena.

13- This I Love- Para muitos fãs é a melhor música do álbum. É uma daquelas baladas à Axl Rose, com uma letra ao nível da estranged ou november rain e com um belíssimo solo de guitarra, que nem o Slash conseguiria compôr melhor.
Com um magnífico piano a acompanhar a voz do senhor Axl Rose e com a voz do senhor a dar aquela alma à música, a canção não poderia estar mais bem conseguida.

14- Prostitute- O final perfeito que poderia ser o inicio perfeito, a música é a junção dos antigos guns com os novos, uma linha de baixo e de bateria muito boas, com um flow de piano a agarrar-nos à música, as guitarras a fazer-nos lembrar que isto é Guns N' Roses e com o Axl a explicar que teria sido mais simples seguir o caminho mais fácil para a sua carreira, no entanto preferiu não se prostituir como outros fizeram.